A expectativa de inflação do mercado financeiro para este ano, que havia superado pela primeira vez o teto do sistema brasileiro, registrou pequena queda na semana passada para 6,50% – no limite da meta de inflação – informou o Banco Central nesta segunda-feira (28).
De acordo com o relatório de mercado, também conhecido como Focus, que é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, a previsão dos economistas dos bancos para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014 passou de 6,51% para 6,50%. Com isso, foi interrompida uma sequência de sete altas consecutivas na estimativa. Para 2015, a expectativa de inflação do mercado ficou estável em 6%.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central tanto para 2014 como para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. O principal instrumento do BC para controlar a inflação é a taxa de juros.
Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente da autoridade monetária precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o “estouro” da meta formal. No começo do ano, a inflação avançou com mais intensidade por conta do aumento dos preços dos alimentos – resultado das condições climáticas adversas (seca ou excesso de chuvas) no país.
Taxa de juros
A perspectiva do mercado financeiro é que a elevação dos juros, feita no fim do mês passado pelo Banco Central, não seja a última alta do ano na taxa básica (Selic) da economia brasileira – que vem avançando desde abril de 2013 para conter pressões inflacionárias.
A previsão dos analistas é de que a taxa suba para 11,25% ao ano na próxima reunião do Copom, colegiado do BC responsável por fixar os juros básicos da economia, marcada para o fim de maio, e que assim permaneça até o final deste ano. Para o fechamento de 2015, a previsão dos economistas para os juros ficou estável em 12% ao ano.
Crescimento do PIB
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previsão dos economistas subiu de 1,63% para 1,65% na última semana. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz.
O crescimento do PIB do país previsto para 2014 continua abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também menor que a previsão (2%) divulgada pelo Banco Central no mês passado. Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita por analistas do mercado financeiro, ficou inalterada em 2% de alta.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,45 por dólar. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar caiu de R$ 2,51 para R$ 2,50.
A projeção para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2014 permaneceu em US$ 3,02 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial ficou estável em US$ 10 bilhões.
Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilhões.
Fonte: G1