A necessidade de espaços alternativos para armazenar pertences pessoais ou manter estoques de mercadorias tem aumentado a demanda por empresas especializadas em locação de boxes nos últimos anos. No ABCD, que possui três companhias deste ramo e se prepara para receber mais duas unidades ainda este ano, a expansão do conceito de autogestão na guarda e organização de qualquer tipo de propriedade está ligada ao crescimento do setor imobiliário residencial e comercial na Região.
Exemplo dessa movimentação é o investimento de R$ 55 milhões para abrir duas unidades da MetroFit, uma em Santo André e outra em São Caetano. A empresa aproveitou a alta concentração de lojistas e público com maior poder aquisitivo na Região para ampliar sua atuação no mercado originado na Capital. A unidade de Santo André está prevista para inauguração na segunda semana de março e já conta com 40 possíveis clientes em fila de espera.
“O conceito de locação de espaços é tradicional nos Estados Unidos e é como uma extensão da casa ou da empresa que nos contrata, sem os problemas de informalidade e com segurança sobre os produtos armazenados”, diz o fundador da companhia, Hans Scholl. A MetroFit oferece boxes de 1m² a 30m², que custam em média R$ 70 a metragem. A unidade de Santo André tem 600 boxes e para a futura construção em São Caetano estão previstos 700 espaços para locação.
Mudança provisória – Em São Caetano, a Rent a Box opera há oito anos com total de 310 espaços, que variam de 2m² a 200m², e teve como oportunidade de mercado a necessidade de pessoas físicas em guardar móveis durante processo de mudança ou reforma do imóvel.
De acordo com o proprietário da empresa, José Alberto Pastore, a ideia é trazer facilidade ao cliente. “Não existe burocracia para locar os espaços, a pessoa interessada precisa estar ciente das responsabilidades existentes sobre o que não pode ser armazenado, além das empresas que mantém estoque deixarem comprovado o documento de compra dos produtos, apenas isso”, afirma.
Em São Bernardo, a Biscolla Box oferece 29 espaços para locação desde 2010 e também tem como principal público pessoas físicas para guardar móveis. Por isso, a rotatividade de contratos varia a cada dois meses. “Sempre ficamos com 80% dos boxes locados e isso nos permite receber novos clientes enquanto outros estão saindo”, aponta Leonildo Biscolla, proprietário da empresa.
Para o professor e especialista em Logística, Luiz Celso Peretti, na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, o conceito de alugar locais para armazenar pertences é uma tendência principalmente pelo tamanho dos espaços residenciais cada vez menores, além de valores de aluguel altos para os comércios. “Compensa pagar a locação do box ao invés de manter aluguel de um imóvel muito mais caro ou permite que a empresa expanda a movimentação interna no espaço onde antes servia de estoque”, analisa o especialista.
Fonte: ABCD MAIOR